terça-feira, 12 de julho de 2016

À SOMBRA DA CRUZ


 

 

 
 
Jim Elliot escreveu um diário que foi publicado e comentado por sua esposa Elisabeth após a morte dele. Um dos seus trechos é impressionante e recomendo a leitura a todos noivos e casados, para uma autoavaliação.
 
Nele é mencionado um passeio que fizeram durante o qual declararam seu amor um ao outro:
 
Sem nos preocuparmos par aonde íamos, passamos por um portão que estava aberto e acabamos entrando em um cemitério. Sentamo-nos sobre uma mureta e Jim explicava que ele havia me oferecido a Deus, mais ou menos como Abraão fizera com seu filho Isaque. Eu me assustei -- pois exatamente a mesma figura estava me acompanhando durante alguns dias, quando eu pensava sobre nosso relacionamento. Ambos tínhamos a opinião que nosso caminho foi determinado por Deus. As vidas de ambos pertenciam totalmente a Ele. As vidas de ambos pertenciam totalmente a Ele e, se fosse do Seu agrado, aceitaria e utilizaria essa ''oferta''. Assim, não queríamos colocar a mão sobre ela para busca-la de volta para nós. Não havia mais o que comentar.
 
Estávamos sentados, em silêncio, enquanto anoitecia. De repente observamos que a lua havia nascido às nossas costas e projetado a sombra de uma grande cruz entre nós.
 
A data dessa noite está anotada no hinário de Jim, ao lado da seguinte estrofe:
 
''E se quiseres que eu renuncie àquilo
Que é precioso para mim,
Então tome-o --ainda não era meu!
Apenas entrego o que sempre foi Teu!
Seja feita a Tua vontade!'' [51]
 
Deus conceda o surgimento de uma geração de cristãos cujo relacionamento como noivos e casados seja determinado pela cruz de Cristo. Como conseqüência , deve-se estar consciente de que:
 
- Minha esposa, antes de mais nada, pertence ao Senhor. O amor sublime com que Ele a amou não se compara o meu amor por ela. Ela pagou o preço com Sua própria vida, a comprou com Seu sangue e assim tem o direito ao primeiro amor dela.
 
- A cruz não somente separa, mas também une. As vidas de ambos cônjuges pertencem ao Senhor e devem ser consagradas a Ele, de modo que somente a Sua presença seja o centro e o teor de nossa vida incomum.
 
 
51 Elisabeth Elliot, Eine harte Liebe, op.cit.p. 105
 
 
(Extraído do Livro: O Amor Pode Ser Pecado? Amizade, amor e sexualidade na vida do discípulo de Jesus, de Wolfgang Bühne; Capítulo 15, p.95 e 96)








 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

UM AMOR VERDADEIRO E TÃO ALTRUÍSTA!

 
 





Almejo, oro, clamo que o SENHOR nos inspire, nos guie, nos agracie a viver um amor verdadeiro e  tão altruísta, como o amor entre o missionário Charles T. Studd  e a  sua esposa, também missionária, Priscila Stewart Studd. Um amor abençoado e selado por Deus, em Cristo Jesus; ambos escolhidos e unidos, para a propagação da Palavra da Salvação no Congo.


''Charles T. Studd, o missionário na África escreveu uma carta , 25/ 7/1887, para Priscila Stewart, que mais tarde se tornou a sua esposa:
 
A vida que eu posso lhe oferecer não será fácil, nem agradável . Será uma vida repleta de esforço e dificuldades. Se eu não soubesse que a senhorita é uma filha de Deus, eu realmente não pensaria em lhe procurar nem e sonhos. Trata-se de ajudar a combater no exército de Deus, levar uma vida de fé em Deus, de lutar firmados na verdade que não temos cidade permanente aqui, nem morada segura e assim buscamos somente o lar eterno na casa do Pai. Essa seria nossa vida. Que unicamente o Senhor a dirija [38]
 
Três meses após o ''sim'' de Priscila, Studd escreveu novamente para ela:
 
Eu a amo porque você ama a Jesus; eu a amo por causa do seu fervor por Ele; eu a amo porque você ama as almas daqueles que você procura salvar; eu a amo por você ser quem é; eu a amo porque você foi me dada por Jesus, para me abençoar e para inflamar minha alma por Ele. Ó Senhor Jesus, não consigo agradecer o suficiente por tudo que me concedeste! [39]
 
Priscila era uma jovem talentosa missionária que deseja glorificar a Deus, através da sua vida. Após um intensivo autoexame reconheceu que esse casamento com Charles estava nos planos de Deus para ela e, ao casarem pouco tempo depois, usou um vestido de noiva bordadas as palavras: ''Unidos na luta por Jesus''.
 
Quantas bênçãos esse casal proporcionou! Eles eram renascidos, se amavam, mas, acima de tudo, desejavam servir e glorificar a Deus. Esse matrimônio resistiu a situações extremas quando nos últimos anos, Priscila não suportou mais viver no Congo por motivos de saúde.
 
Nesses 15 anos, os dois se viram apenas uma vez, durante uma visita de duas semanas que Priscilla fez ao seu marido no campo missionário, um ano antes do falecimento dela. Ao se despedirem, estavam conscientes de que não se encontrariam mais na terra. Ambos sacrificaram sua carreira e seus bens ao iniciarem sua vida em comum. Agora, renunciavam também à sua saúde, lar, vida familiar e ao cônjuge.
 
Studd passou as suas últimas horas de vida em uma rede, na sua cabana. Sua filha relatou a respeito:
 
Ele estava deitado em sua rede, olhando para fora da cabana sobre os poucos casebres da vizinhança. ''Eu desejaria deixar algo de herança para cada um de vocês'', disse aos que estavam ao seu redor, ''mas entreguei tudo que eu tinha a Jesus, já há muito tempo!'' [40]  
 
O que teria sido desse missionário se tivesse escolhido sua esposa em base em princípios superficiais?''.



38 Norman P. Grubb, C. T. Studd -- Kein Opfer zu Gross, Ed Brunnen, p.33

39. id. ibid., p.34

40 Elisabeth Elliot, Eine harte Liebe, op.cit., p.35.



(Extraído do Livro: O Amor Pode Ser Pecado? Amizade, amor e sexualidade na vida do discípulo de Jesus, de Wolfgang Bühne, p. 70 e 71)









 

O AMOR TRANSCENDE O TEMPO, A DISTÂNCIA, A DOR E A MORTE!





Quando amamos verdadeiramente alguém, a presença dela em nossa vida, por si só, nos proporciona momentos de deleites; trazendo a doçura de sua ímpar e inigualável presença. E imediatamente, deixamos pra trás, o amargor de sua ausência -- antes de tê-la, encontrado, conhecido e amado.
 
Bem aventurado (a), aquele (a) que foi agraciado (a) com a dádiva divina de encontrar o seu par. E mesmo quando o ente amado partir, ainda tem recordações maravilhosas do tempo em que foram felizes juntos. Amando e sendo amado (a) profundamente, vivendo plenamente juntos até o fim das suas vidas.
 
O amor transcende o tempo, a distância, a dor e a morte!
 
 
 
 
 
 
 



 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O PÓ PRETO MANCHOU A CARTA IMAGINADA E ALMEJADA SER ESCRITA...




Nunca imaginei que o sonho nutrido por mim, desde a adolescência, seria malogrado em tão pouco tempo!
 
Eu sonhava tanto em sair de minha cidade e ir morar em outro lugar; viver uma nova vida bem longe das mazelas de uma grande capital. E quando tive a chance de realizar o meu sonho, não vacilei...todos os fatores estavam tão favoráveis: a aposentadoria, o dinheiro disponível, o mais importante, crendo na anuência e na vontade soberana de Deus, e outros fatores, que aceleraram a minha mudança para outra cidade.
 
Foi tudo tão rápido, em poucos dias, estava deixando todo o meu passado para trás; rasguei todos os meus diários, sem deixar nenhum vestígio de outrora; a  única coisa que lamentei foi ter de deixar os meus livros com meu filho; levei apenas alguns deles, que ainda nem os tinha lido.
 
Toda alegre, afoita, pensei que fosse fácil começar uma nova vida em uma nova cidade; ser completamente desconhecida por todas as pessoas, mas o importante era ser conhecida por Deus.
 
Mas eu fui enganada por mim mesma, já na estrada, quanto mais me afastava de minha cidade, do meu estado; e observava as mudanças das paisagens nas estradas; as lágrimas começaram a vir nos olhos...Será que realmente tinha feito a escolha certa?
 
Fechei os olhos,  durou, apenas um mês e poucos dias, a minha estadia em Vitória. O pó preto manchou a carta imaginada e almejada ser escrita com tinta dourada do sonho realizado!
 
Todos as noites, quando eu ia dormir, sentia uma opressão no peito como se me faltasse o ar puro para respirar, e sentia o cheiro forte de enxofre; o nariz ficava entupido constantemente. E não acordava melhor, com nítida certeza, que estava no lugar errado para viver!
 
Procurei até me distrair, conhecer os pontos turísticos, tirar algumas fotos, conhecer alguns restaurantes, saborear as comidas capixabas; andar pela orla, mas quando olhava para o céu observava aquelas fumaças, aquelas nuvens cinzentas que não eram prenúncios de chuvas, e sim, de muita poluição.
 
Olhava  o mar, e também observava, que em certos lugares, ele era barrento e poluído, impróprio para o banho. Voltava entristecida pra casa, com a escolha equivocada que tinha feito.
 
Para passar o tempo, acessava a internet, escrevia, lia os meus livros, escutava músicas...mas os sons, que mais me angustiavam era os provindo do porto, os apitos dos navios...na minha imaginação, eles jamais estavam chegando, e sim, sempre partindo, partindo, e me convidando a partir também.
 
Meu gatinho também não se adaptou ao ambiente, ao ar poluído, ele ficava miando, miando,  triste, as patinhas dele ficavam sujas do pó preto, por mais que déssemos banho nele, ou limpássemos a casa.  Sempre ficava tudo sujo de novo, a casa, as nossas mãos, os nossos pés, as nossas peles...de noite, eu passava um creme para limpar a pele e só saía resíduo preto.
 
Nunca pensei que existisse um local assim no meu país, com o ar extremamente poluído e prejudicial a nossa saúde. E tudo liberado e permitido em nome do progresso, do crescimento econômico!
 
Quando desci do avião e sentir a brisa tão fresca e tão saudável de minha cidade (Salvador) não existe outro lugar que tenha uma brisa assim, as lágrimas vieram aos olhos; agradeci tanto a Deus a dádiva de voltar e olhar a extensão gigantesca da orla, o mar tão azul, tão lindo...Não sentir mais aquela opressão, aquele cheiro de enxofre, não ter que conviver com o pó preto.
 
Agora, posso escrever sem manchar as minhas cartas, o perfume provém da brisa do mar, misturado com a maresia e do suor dos pescadores...é bom passear e passar uma tarde em Itapuã, em sentar numa praça, e só observar o vai  e vem das pessoas andando, sorrindo e vivendo...
 
Quais as lições que aprendi com a minha estadia tão rápida em Vitória?
 
A primeira lição é não morar em outra cidade, posso até passear, conhecer outros lugares, mas apenas, uma breve estadia;  mas jamais me arriscar de novo em outra empreitada tão onerosa; sem antes procurar pesquisar profundamente sobre o local que eu estou indo.
 
A segunda lição é não confiar nos apelos de meu coração, nem tampouco, nos apelos dos corações dos entes amados.
 
A terceira lição é que a paz de Deus seja o árbitro das minhas decisões; nem sempre, aparentemente o melhor local, as condições favoráveis, indicam a vontade do SENHOR. A porta aberta  adequada para adentrar, morar, realizar! (Cl. 3:15)
 
A quarta lição, ainda tenho muito que aprender...


''É tolice agir quando a pomba da paz deixou nosso coração''.

(J. Oswald Sanders)



http://seculodiario.com.br/23981/10/imagem-mostra-que-com-mais-poluentes-no-ar-da-grande-vitoria-o-inferno-e-aqui