terça-feira, 1 de dezembro de 2015

COMO UMA CARTA PRECIOSA E BASTANTE VALIOSA






O amor é como uma carta preciosa e bastante valiosa, guardada com muito esmero no baú do nosso coração; ela exala constantemente o bom perfume das flores esplendorosas: a flor da fidelidade, a flor da compaixão, a flor da comunhão e a flor da doação.
 
O amor é uma carta perene que é constantemente lida e relida pelos apaixonados;  ela jamais amarela ou fenece com o tempo--perdura por toda eternidade! 
 
Para reflexão e aprimoramento:


NA DOENÇA E NA SAÚDE




Robertson McQuilken foi presidente presidente do Columbia Bible College and Seminary [Faculdade e Seminário Teológico de Columbia]. Uma de suas alegrias na vida era formar jovens para se tornarem servos eficientes do Senhor Jesus Cristo. Ele trabalhou incansavelmente com esse objetivo. Sob sua liderança, a faculdade tinha uma reputação de excelência espiritual e acadêmica.
 
Então parece que a casa caiu de uma vez. Tudo teve início quando sua esposa Mariel começou a contar a mesma história, dia após dia. Depois, ela perdeu a capacidade de ler e suas habilidades artísticas. Teve que parar o ministério público. Era agonizante para Robertson vê-la ''se apagando  gradativamente''. Finalmente, quando o médico  pediu-lhe que dissesse o nome dos quatro evangelhos e ela não conseguiu, o diagnóstico foi confirmado: Ela estava com o Mal  de Alzheimer.
 
Ela havia sido a companheira devotada de Robertson por muitos anos. Sem ela, ele não poderia ter realizado o ministério que fora tão frutífero. O que ele deveria fazer? Será que deveria contratar cuidadoras para ela, para que ele pudesse continuar com seu trabalho na faculdade e no seminário? Ou deveria se demitir para dar a ela um pouco do cuidado que ela havia tido por ele durante tanto tempo?
 
Para os associados dele, a decisão estava clara. Havia muitas pessoas amigas  que ficariam na brecha por ele,  tratando de Muriel com amor cristão e ternura. Isso o deixaria livre para continuar sua liderança na Columbia.
 
Mas ele havia feito os votos de estar com sua esposa na saúde e na doença até que a morte os separasse? Agora ela estava enferma e isso era irreversível. Logicamente que Deus poderia realizar um milagre em Muriel, mas, se não, Ele poderia realizar um em Robertson. Portanto, o que ele poderia fazer? Será que deveria manter os votos?
 
Sim, ele manteria os votos. Para grande consternação cristã, ele se demitiu da presidência da faculdade e do seminário para tomar conta de Muriel nos tempos da deterioração mental e física pelas quais ela iria passar. ''Quando chegou a hora, a decisão foi firme. Não foram necessários muitos cálculos. Era uma questão de integridade. Este não era uma trabalho penoso ao qual eu, estoicamente, me submetia. Afinal, ela tinha cuidado de mim por quase quatro décadas com maravilhosa devoção; agora era a minha vez. E que companheira ela era! Se eu cuidasse dela por quarenta anos, ainda estava em débito''.
 
Durante dezessete anos Robertson caminhou com Muriel em sua jornada para dentro do esquecimento. Ele escreveu o que segue:
 
''Agora é meia-noite, pelo menos para ela e às vezes eu me pergunto quando chegará o amanhecer. Nem mesmo o terrível Mal de Alzheimer deverá atacar tão cedo e atormentar tanto tempo. Contudo em seu mundo silencioso. Muriel é tão contente, tão amável. Se Jesus a levasse para casa, eu sentiria uma falta de sua presença gentil e doce. Sim, há momentos que fico irritado, mas não frequentemente. Não faz sentido ficar irritado. E, além disso, talvez o Senhor esteja respondendo a oração da minha juventude de amansar meu espírito.
 
Certa vez, perdi a paciência completamente. Nos dias em que Muriel ainda conseguia ficar de pé e ainda não tínhamos lançado mão das fraldas, às vezes aconteciam ''acidentes''. Eu estava ajoelhado ao lado dela, tentando limpar aquela sujeira e ela estava em pé ao lado do vaso sanitário, toda confusa. Teria sido mais fácil se ela não fosse insistente em tentar ajudar. Eu fui ficando cada vez mais frustrado. De repente, para fazê-la ficar quieta, dei um tapa na perna dela, como se isso fosse melhorar as coisas. Não foi um tapa com força, mas ela ficou assustada. eu também fiquei. Nunca, em nossos quarenta e quatro anos de casamento, eu havia sequer tocado nela com raiva ou repreendê-la de alguma coisa. Nunca! Na verdade, nunca fui tentado. Mas agora, quando ela mais precisava...
 
Soluçando, supliquei a ela que me perdoasse, não importava que ela não entendesse minhas palavras da mesma forma que não as conseguia falar. Então, voltei-me para o Senhor para dizer-lhe quão arrependido eu estava. Demorei dias para me recuperar. Talvez Deus guardado aquelas lágrimas em garrafas para apagar o fogo que algum dia possa se acender''.
 
Assim, Robertson McQuilken renunciou á presidência da Faculdade de Teologia e do Seminário, que ele havia dirigido por vinte dois anos, a fim de cuidar de sua esposa, à medida que ela descia para o esquecimento.
 
Esta história foi publicada na Christianity Today [Cristianismo Hoje], uma revista cristã. Os leitores choraram ao ler. Levei alguns casais que conheciam o Senhor a renovar seus votos de casamento. Outros desenvolveram  um novo caminho pela bênção do relacionamento conjugal. Ainda outros perceberam que haviam visto Jesus na vida de Robertson McQuilken.
 
 


(Extraído do Livro: ''Vivendo Acima da Média- de William MacDonald, ACTUAL EDIÇÕES; p.39, 40 e 41)